Fazia o que
os outros esperavam.
Cedia, censurava-se,
reprimia-se por antecipação,
sempre e sempre
a simular-se a si mesma.
Mas, se fosse fundo
na ordem do desejo,
da vontade e da consciência,
não haveria senão
isso que supunha
que os outros esperavam,
e que ela própria,
no fundo do desejo, da vontade
e da consciência, sabia ser
o que os outros viam de si.
Sabia que era um erro.
Conseguia vê-los, conseguia ver-se,
conseguia saber
que ninguém se via
a si mesmo do lado de fora.