Mostrava as mãos (as algemas
amarravam-nas uma à outra como
se alguém temesse que ousasse usá-las),
mas não
reconhecia responsabilidade.
Fazia do seu corpo o corpo da culpa,
exigia embora a inimputabilidade
das crianças,
dos dementes e dos homens de fé,
aqueles para quem, como às mulheres,
não chegou ainda a idade da razão.
Prescindiria dela.
Olhava em volta e não
via nenhuma. Apontavam-na a dedo, mas
nunca há razão
em quem confunde a justiça com a lei.
Não baixaria a cabeça.