E talvez, afinal,
isso a que chamava
literatura
(ou poesia, ou arte,
ou outra palavra
com quatro letras)
não tivesse outro fim
nem outra função
senão a de fazer de si mesma
fim e função. Sem órgãos,
sem geração,
no corpo e contra o corpo,
como corpo que faz
da cama tecto e túmulo.
Sem língua, sem som,
na boca e contra a boca,
como voz que é eco
nos olhos dos mortos.