E o que é que queria que ele
quisesse dela? Que a quisesse.
Que a visse não a ela, mas a ela como
cada uma das mulheres.
Que a fizesse
(boca, coxas, mamas, cona,
— tudo o que pudesse ser tocado, tudo
o que pudesse ser mordido, tudo o que
pudesse ser penetrado, a pele, os poros,
as pupilas) carne de cada corpo
que tivesse visto, que a imaginasse
e a fizesse parte
de uma noite de fêmeas, uma época,
uma idade
da qual ela fosse a presença plena,
tal como cada lâmpada
é presença da luz.
E queria que ele soubesse que, dele,
esperava sobretudo o domínio da língua.
Pedia-lhe que evitasse os lugares-comuns.